quarta-feira, 29 de junho de 2011

TEU LIVRO...

A existência na terra é um livro que estás escrevendo...
Cada dia é uma página...
Cada hora é uma afirmação de sua personalidade, através das pessoas e das situações que te buscam...
Não menosprezes o ensejo de criar uma epopéia de amor em torno de teu nome...
As obras são frases de luz que endereças á Humanidade inteira...
Em cada resposta aos outros, em cada gesto para os semelhantes, em cada manifestação dos teus pontos de vista e em cada demonstração de tua alma, grafas, com tinta perene, a história de tua passagem...
Nas impressões que produzes, ergue-se o livro dos testemunhos...
A morte é a grande colecionadora que recolherá as folhas esparsas da tua biografia, gravada por ti mesmo, nas vidas que te rodeiam...
Não desprezes assim a companhia da indulgência através da senda que o Senhor te deu a trilhar...
Faze uma área de amor ao redor do próprio coração, porque só é suficiente forte e sábio para orientar-te a escritura individual, convertendo-a em compêndio de auxílio e esperança para quantos te seguem os passos...
Vive, pois, com Jesus, na intimidade do coração; não te afastes dele em tuas ações de cada dia e o livro de tua vida converter-se-á num poema de felicidade e num tesouro de bênçãos... EMMANUEL... Médium: Francisco Cândido Xavier... Do livro Vida e Caminho; GEEM
                  
                          

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Perispírito

                  A Visão do Perispírito antes do Espiritismo

Através das épocas mais remotas, as religiões e as filosofias procuraram um elemento fluídico ou semi-material que pudesse servir de traço de união entre o corpo físico - material, e o Espírito - quin­tessenciado e sutil, donde resultou, para o perispírito, uma variada e complexa sinonímia.
No Egito, a mais antiga crença, a dos “começos” (5.000 a.C.) já acreditava na existência de um corpo para o Espírito, denominado "kha", que quer dizer “o duplo”. Na Índia, o livro sagrado dos Vedas refere em seus cânticos ao "Linga Sharira". Na China, Confúcio falava sobre "corpo aeriforme". Para os antigos hebreus era o "Nephesch", que le­vava no seu íntimo o sopro Divino. Na Grécia, os filósofos adotavam variada nomenclatura para designarem o envoltório do Espírito; Pitágo­ras - "carne sutil da alma"; Aristóteles - "corpo sutil ou corpo eté­reo"; Hipócrates - "Eidolon".
Paracelso, precursor da Química moderna, deu-lhe o nome de "corpo astral", baseado na sua cor prateada e luminosidade própria. Para os pensadores da Escola de Alexandria, era denominado, "Astroidê", "corpo aéreo" e "veículo da alma".
Paulo em uma epístola [I Coríntios-cap 15 v.42,44] refere-se ao "corpo espiritual" ou "corpo incorruptível". Tertuliano chama-lhe de "corpo vital da alma". Santo Agostinho, São Bernardo, Santo Hilário e São Basílio, identificaram-no como invólucro da alma, "Pneuma".

A Visão Espírita do Perispírito

O termo perispírito foi criado por Allan Kardec:
"Envolvendo o gérmen do fruto, há o perisperma; do mesmo modo, um substância que, por comparação, se pode chamar de perispírito, serve de envoltório ao Espírito" [Le-qst 93]
É Allan Kardec que explica ser o perispírito laço de união en­tre a alma e o corpo físico, laço este semi-material, ou seja, de natureza intermediária entre o Espírito e o corpo físico.
Assim, podemos dizer que o homem é formado de três partes es­senciais:
a) O corpo físico, ou seja, corpo material, análogo ao dos ani­mais;
b) A alma, o Espírito encarnado, que tem no corpo sua habitação, o princípio inteligente, em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
c) O perispírito, substância semi-material que serve de envoltório ao Espírito, ligando a alma ao corpo físico.
A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro, o Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se visível e mesmo tangível, como sucede nos fenômenos das aparições.
O Dr. Encause, escritor neo-espiritualista, que foi médico e professor da Escola de Paris, sugere em [Alma Humana] uma engenhosa comparação, própria para a sua época, mas muito explicativa: o homem encarnado é comparado a uma carroça puxada por um animal. O carro da carroça, que por sua na­tureza grosseiramente material e por sua inércia, corresponde bem ao nosso corpo físico. O cavalo seria nosso perispírito, que unido por tirantes ao carro e por rédeas ao cocheiro, move todo o sistema, sem participar da resolução da direção. O cocheiro é o Espírito, que di­rige e orienta a direção e a velocidade. O Espírito quer, o perispí­rito transmite, e o corpo físico executa a ordem na matéria.
O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito, é um dos mais im­portantes produtos do Fluido Cósmico Universal; é uma "condensação" desse fluido em torno de um foco inteligente. Sabemos que o corpo fí­sico tem o seu princípio de origem nesse mesmo fluido, condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a "transformação mo­lecular" se opera diferentemente, porquanto, o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal tem, pois, origem no mesmo elemento primitivo - ambos são matéria - ainda que em dois estados diferentes.
Do meio onde se encontra, é que o Espírito extrai do Fluido Cósmico Universal o seu perispírito, dos fluidos do ambiente. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito, naturalmente variam conforme o mundo.
A natureza do envoltório fluídico, está em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito: nos Espíritos puros será belo e etéreo; nos Espíritos infelizes materializado e grosseiro. O Espírito forma o seu perispírito das partes mais puras ou mais grosseiras do FCU peculiar ao mundo onde vive. Daí deduzirmos que a constituição ín­tima do perispírito não é a mesma em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que formam a humanidade terrestre. Como afirma Allan Kardec:
"O perispírito passa por transformações sucessivas, tornado-se cada mais etéreo, até a depuração completa, que é a condição dos Espíritos puros."
O perispírito não está absolutamente preso ao corpo do encar­nado, irradia mais ou menos fora dele, segundo a sua pureza, com diâ­metros variáveis de indivíduo para indivíduo, em cores e aspectos di­ferentes, constituindo a "aura do homem encarnado".
Toda a sensação que abala a massa nervosa do corpo físico des­prende uma energia, uma vibração, à qual se deu muitos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica, etc. Esta energia age sobre o perispírito, para comunicar-lhe o movimento vibratório particular, segundo o território cerebral excitado, de maneira que a atenção da alma seja acordada e que se produza o fenômeno de percepção; o Espírito emite então a ordem da resposta, que, através do perispírito atinge o corpo e efetuará a manifestação material da resposta.

Estímulo
®

®

®

®



Corpo
Físico

Fluido
Nervoso

Períspirito

Espírito
Resposta
¬

¬

¬

¬


A vibração causada no perispírito pelo fluido nervoso ficará armazenada durante algum tempo a nível consciente, para posteriormente passar a ní­vel inconsciente. Temos assim, no perispírito, um arquivo de todas as experiências do corpo físico, desde o momento da concepção até a desencarnação.
Durante o processo reencarnatório, à medida que o novo corpo vai se formando, a união com o perispírito ocorre molécula a molécula, célula a célula. Assim, o pe­rispírito vai moldando o corpo físico que se forma, funcionando, segundo Emmanuel, como o
"Mantenedor de união molecular que organiza as configurações típicas de cada espécie."
Outra função importante do perispírito é na mediunidade. Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio, através da combinação de seus fluidos perispirituais com os fluidos perispirituais do médium, que passam a formar uma espécie de "atmosfera fluídico-espiritual" comum às suas individualidades, at­mosfera esta que torna possível os fenômenos mediúnicos nos seus di­ferentes tipos.
Resumindo, as principais funções do perispírito são:
1.Servir de veículo de união do corpo físico com o Espírito;
2.Arquivar nas suas camadas sutis e permanentes, os conhecimentos adquiridos através de nossa evolução individual;
3.Irradiar-se em volta do corpo físico, interpenetrando-o, constituindo um dos componentes da aura humana;
4.Servir de molde para a formação do corpo físico;
5.Permitir a ocorrência dos fenômenos mediúnicos.

"Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida colocado no chão, arrastando-se pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas." (Emmanuel)
Bibliografia
1)O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2)A Gênese - Allan Kardec
3)Obras Póstumas - Allan Kardec
4)Antologia do Perispírito - José Jorge
5)Correnteza de Luz - José Raul Teixeira
6)Alma Humana - Antônio Freire

Estou repassando por ser do ideal Espírita... 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SABEDORIA DE CHICO XAVIER

                “A caridade sempre foi à força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela... Quando ficava muito aborrecido comigo mesmo, com as minhas imperfeições e erros, procurava a periferia da cidade, visitando as favelas... Sempre encontrei na prática do bem a mensagem da consolação e o conforto espiritual que me achava carente! Eu pensava comigo: -” Meu Deus, a minha vida não é tão inútil assim!... As pessoas se alegravam com a minha presença;  eu me sentava com elas e ficávamos longos minutos conversando... Éramos iguais. Ali, eu pensava e muita coisa... Aqueles irmãos e irmãs ignoravam o meu mundo de lutas, a críticas que recebia as calúnias, os ataques da imprensa, a incompreensão dos companheiros... Eu voltava refeito para casa. Trocava um pedaço de pão por energia para o dia seguinte. O sorriso daquela gente me acompanhava... Aquelas senhoras pobres me abençoavam... O médium que vive distante da vivência da caridade não possui retaguarda... Emmanuel me ensinou isto. Ele me dizia: - “Chico, deixemos os nossos escritos; a página mediúnica pode esperar um pouco; é hora de você se reabastecer... Vamos para periferia!” E eu ia com ele ou ele comigo, não sei... Quando na minha cabeça eu já tinha esquecido tudo, voltava para a psicografia... Sem a caridade, o médium não consegue sustentar o veículo com a sua própria espiritualidade!...
Chico Xavier
 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Matéria

 A transformação da matéria em energia já não é mais para vós, uma hipótese. Sabeis calcular a quantidade de energia atômica armazenada na matéria. Uma massa de um grama tomada ao zero absoluto contém dela equivalente a 22 bilhões de calorias. Já vimos que a matéria é um dinamismo incessante e que a sua rigidez é apenas aparente, devida á extrema velocidade que a anima; e sabeis que a massa de um corpo aumenta com a sua velocidade no espaço. Os nossos sentidos não podem perceber sensações distintas, que se suceda com extrema rapidez, A matéria é pura energia. Na sua íntima estrutura atômica, é um edifício de forças. Matéria, no sentido de corpo sólido, compacto, impenetrável, não existe. Não se trata senão de resistências, de reações; o que chamais de solidez é tão só a sensação que ininterruptamente vos, da aquela força que se opõe ao impulso e ao tato É a velocidade que enche as imensas extensões de espaços vazios... E tendes (em que m= massa e v= velocidade) a energia cinética de cada partícula; e em 1.78 x19 cent. Por segundo a velocidade média de uma partícula...
 Tirado do livro a Grande Síntese de Pietro Ubaldi... Pag.164 ao 165
-1
 2 -m v2

segunda-feira, 13 de junho de 2011

PSICOLOGIA ESPÍRITA

As estruturações do psiquismo, com todo lastro de construção, realmente só podem ser explicadas através dos tempos, em muitas etapas da vida, jamais em uma única romagem com o curtíssimo tempo de 70 anos, em média... Alguém disse com bastante acerto: os pais nos fornecem o corpo jamais à alma. Não existe um indivíduo igual ao outro. Cada ser apresenta-se no cenário carnal com tendências específicas e arcabouço psicológico bastante apropriado. São essas condições individuais, com tendências tão expressivas nos diversos campos da vida, que nos faz pensar em direcionamento adrede preparado para determinadas finalidades por imposição do Espírito reencarnante. É comum dizer-se: Fulano veio a fim de fazer um trabalho do qual não se afasta e busca a sua realização, apesar das dificuldades e tropeços. É claro que existem imensas variações diante das finalidades da vida... Algumas são ostensivas, fazendo com que o indivíduo não se afaste das trilhas... Outros tantos mesclados, de modo a traduzir mais uma conduta de ordem geral. Sejam quais forem as propostas da vida, os seres estão em constante evolução, e suas  realizações, por menores que sejam, são totalmente incorporadas ao patrimônios individual, é sempre a rota de cada ser...
Nos dias atuais, com a imensidade de fatos e propostas reclamando solução, os pensamentos das pesquisas se acham tão complexos que as hipóteses de trabalho daí decorrentes não mais cabem nos reduzidos limites dos campos materiais. A Ciência está se aproximando cada vez mais do espírito e este, por sua vez, se está projetando nos campos da Ciência. No futuro, a Ciência estará espiritualizada e o espírito representará o cadinho ilimitado das investigações científicas... Livro de Jorge Andréa...Psicologia Espírita v: 11

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Judas Iscariotes na visão espírita

O consagrado escritor Humberto de Campos encontra em Jerusalém, às margens do Jordão, o até hoje incompreendido Judas Iscariotes. Com ele conversa sobre a condenação de Jesus e realiza esclarecedora entrevista, ditada a Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, em 19 de abril de 1935. Leiamo-la.
Nas margens caladas do Jordão, não longe talvez do lugar sagrado, onde o Precursor batizou Jesus Cristo, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se uma simpatia cativante.
Sabe quem é este? - murmurou alguém aos meus ouvidos. Este é Judas.
Judas? Sim; Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se momentaneamente transportados aos tempos idos. Então mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir a Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho. Aquela figura de homem magnetizava-me. Eu não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. O meu atrevimento, porém, e a santa humildade do seu coração ligou-se para que eu o atravessasse, procurando ouvi-lo.
O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariotes?

 Sim, sou Judas respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica. Como o Jeremias, das Lamentações, contemplam às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios. E uma verdade tudo quanto reza novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus?  Em parte. Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e as críticas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galiléia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim (
sinédrio) desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder, já que, no seu manto e pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio (
latim Marcus Aurelius Valerius Maxentius foi imperador romano de 306 a 312. Nascido em 282, era filho de Maximiano) às portas de Roma, o que, aliás, apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, eu não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.
E chegou a salvar-se pelo arrependimento?  Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus, e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítimas da felonia e da traição deixaram na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência...
Quanto ao Divino Mestre - continuou Judas com os seus prantos - infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas, vendendo-o aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado.
E verdades concluíram e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo.
Judas afastou-se tomando a direção do Santo Sepulcro e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Jordão rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto.
 E chegou a salvar-se pelo arrependimento?
Não. Não consegui. E está hoje meditando nos dias que se foram, pensei com tristeza. Sim estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal de seus divinos passos. Vejo-o ainda na cruz entregando a Deus o seu destino. Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que o abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que O ampararam no doloroso transe. Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor. Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra. Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores.  
Quanto ao Divino Mestre - continuou Judas com os seus prantos - infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro...
 Uma das reencarnações foi à virgem Dorremy ou Joana d'arc... Abraço... Fernando 

terça-feira, 7 de junho de 2011

MORTE E RENASCIMENTO

O ser integral é viajante da Eternidade realizando o seu progresso etapa-a-etapa, de tal forma que as experiências vividas em cada jornada carnal estabelecem os mecanismos da evolução em referência à próxima, facultando-lhe interino desenvolvimento...
Desde quando criado, experimenta as incessantes transformações que o fazem desabrochar, arrebentando a masmorra em que se encarcera e crescendo na busca da sua destinação eterna - a perfeição relativa - que ainda não lhe é dada vislumbrar por falta de recursos e aptidões que lhe capacitem o entendimento em profundidade...
Cada realização conseguida se lhe exculpe de forma irrecusável nas tecelagens mais delicadas da organização sutil, que é o perispírito, o veículo modelador que lhe programa os futuros comportamentos para o processo de adiantamento moral no campo da matéria. Constituído de energia específica e plasmática, esse corpo intermediário encarrega-se de registrar todas as ocorrências morais e mentais que deverão consubstanciar a futura forma, o mecanismo de recuperação, o instrumento de conversão de valores que são necessários, tendo em vista a própria depuração...
Em face da conduta durante a existência física, de certo modo vão sendo delineados os processos para a libertação pelo veículo da morte, cuja ocorrência é muito mais grave do que pode parecer ao observador menos cuidadoso...
Morre-se ou desencarna-se conforme se vive. Os pensamentos e atos são implacáveis tecelões que se responsabilizam pelo deslinde final que liberta o Espírito do corpo...
Desse modo, a ocorrência terminal, encarregada de produzir a desencarnação, é resultado de todo o processo vivido durante o estágio orgânico. Cada qual experimenta o curso libertador de acordo com o procedimento mantido enquanto encarnado, o que se lhe transforma em futuros programas existenciais...


Do livro DIAS GLORIOSOS, capítulo 16, Editora LEAL, pelo Espírito Joana de Angelis, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco.

Aprender...

Se desejares aprender uma lição da indulgência, observa o raio de sol. Dissipando uma treva noturna, desce a Terra, cada dia, recapitulando, mil vezes, o mesmo ensinamento de serviço e de paz. Não indaga pelas sombras da furna. Não teme os vermes que se lhe associam. Não se queixa da corrente enfermiça que flui do despenhadeiro. Desce contente e feliz, à intimidade do precipício, com a mesma radiação com que nutre fontes e flores. Aquece o sábio e o ignorante, o santo e o malfeitor, os justos e os injustos, os bons e os maus, com a mesma generosidade, dentro da qual assinala os Cimos do Céu. Ampara uma erva daninha e o bom grão, a árvore valiosa e o arbusto infeliz, com o mesmo carinho deixaram claro qual se desdobra e otimista, sobre lares e asilos, templos e escolas, hospitais e jardins. Se a nuvem lhe empana o caminho, que espera uma nuvem se dissolva e torna uma fulgurar. Se a tempestade agita o firmamento, aguarda uma harmonia da recuperação e volta à missão do amor... Não te esqueças. O mundo jaz repleto de obstáculos da incompreensão, de tormentos do ódio, temporais de lágrimas, Provações e infortúnios. Aqui, em vales de sombra, medra o escalracho da discórdia, ali, abre-se o abismo de Desilusões aflitivas. Além, multiplicam-se cardos venenosos do orgulho e do exclusivismo, da penúria e da crueldade, e mais além, destacam-se, agressivos e contundentes, largos Espinheiros de intolerância. Não perguntes, porém, pelos impedimentos prováveis. Não relaciones as inquietações da marcha. Recorda que o Cristo é o Sol de nossas vidas e sê para as sendas que te cercam o raio de sol infatigável no bem, espalhando em tua passagem o júbilo da esperança renascente, o dom imperecível da luz e a graça do perdão. Aprendamos um entesourar os dons da vida, respeitando os ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que alcançaremos entre a humildade e o trabalho, um dia, os Cimos da Luz.

CHICO XAVIER - Livro Jóia