segunda-feira, 18 de junho de 2012

A vida Futura


Na Ótica Espírita        
                                              

                                               A VIDA FUTURA
2. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio.
Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares a frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
3. Apenas idéias muito imprecisa tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir.
Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastantes para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.
Evangelho Segundo Espiritismo:  Alan Kardec
Meu Reino Não é deste mundo

Sirvamos ao bem - Emmanuel

Sirvamos ao bem - Emmanuel

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Grandes Mensagens





Pietro Ubaldi
Escrita na Noite de Quinta-feira Santa, no Monte de Santo Sepulcro, diante de Verna
( Páscoa de 1943 )


Minha última mensagem, pela Páscoa de 1933, XIX Centenário da morte de Cristo, dirigida, em dois momentos aos Cristãos e aos homens de boa vontade, foi minha derradeira palavra naquele ciclo de preparação e esperança.

Já se encontram amadurecidos muitos acontecimentos ali preanunciados.

Até junto de vós retorno, nesta Páscoa de 1943, após dez anos, na violenta constrição de uma dor que parecia impossível e, no entanto, se tornou realidade; venho trazer conforto aos homens e aos justos, aqueles que crêem. Venho dizer, no seio tumultuoso da destruição universal, a equilibrada palavra de paz. É esta, por isso, a mensagem da paz.

Tende fé e a fé vos fará superar todas as provas. Deus as permite para que aprendais a usar de vossa liberdade e não para vossa destruição. Não vos desgarreis no caos, que é só aparente. Imersos como estais no pormenor, na aflição, na fadiga, não enxergais e não compreendeis o bem que existe além da aparência do mal.

Deus, no entanto, invisível e onipresente, está ao vosso lado, caminha convosco, acompanha os vossos passos e vos guia; sempre vos provê, além da aparente desordem, com a ordem imensa e eterna de Suas sábias leis. Sua mão se inclina para o humilde para o fraco, para o vencido, a fim de erguê-lo de novo. Que vos conforte esta afirmação de uma divina lei de justiça acima da lei humana da força.

Diante de dois caminhos vos deixei e fizestes a escolha. O mundo tem a prova que livremente desejou.

Desde que vos deixei, o mundo tem percorrido velozmente o caminho da História. O mais profundo caminho e a mais proveitosa lição se encontram na dor, escola e sanção de Deus.

Repousareis. Assim é necessário, a fim de que os resultados do esforço desçam em profundidade e sejam assimilados. Não vos detenhais, no entanto, nos pormenores do momento ou do caso particular, que não constituem toda a vida. Esta se encontra nas grandes trajetórias de desenvolvimento da Lei, em que se exprime o pensamento de Deus.

Somente se vos elevardes encontrará a verdade universal, imóvel no movimento, a justiça perfeita. Somente se vos transportardes acima das contingências do momento e do lugar, achareis a completa liberdade, a tranqüilidade do absoluto, a paz que está acima da vitória ou da derrota, a verdadeira paz, tão distante das coisas humanas.

Elevar-se é a grande meta da vida — elevar-se pelos caminhos do espírito — e esse trabalho, sempre possível e livre, pode ser seguido e levado a termo, em qualquer época ou lugar. Ninguém, em nenhum caso, pode tolher a liberdade de vos construirdes a vós mesmos, avançando assim em qualidade e poder. E esta ascese é o que mais importa; é para atingi-la que sofreis as provas da vida.

Após cada curva da História, obtém-se seu sumo, sua verdadeira colheita, que é a ascensão.

As verdadeiras riquezas não se encontram fora de vós: estão em vosso íntimo e são elas que vos fazem mais poderosos e felizes. São os vossos bons predicados, que nunca se perderão; e não vossas posses materiais, que hão de desaparecer.

Qualquer que seja o turno de vencedores ou vencidos, suceder-se-ão, como vaga após vaga, as multidões dos que sofrem e dos que gozam; e o triunfo pode ser instrumento de perdição e a desventura, de ressurreição. Nenhuma vida, como nenhuma força, pode ser anulada; tudo sobrevive, transformando-se. Substancialmente, a guerra a ninguém destrói.

Minha palavra, que está acima do mundo e de suas lutas, diz, repetindo a lei de Deus que rege a vida: ai de quem possuindo apenas a superioridade da força, dela abusa, esquecendo a justiça. Tudo é compensado na Lei e se paga com longas reações sucessivas, de ódios e vinganças.

A palavra do equilíbrio ensina ao vencedor que não é lícito abusar da vitória, pois, por isso, se paga; e indica ao vencido os caminhos do espírito, em cuja liberdade é possível restaurar as próprias forças em face de qualquer escravidão exterior. O primeiro acomete as fronteiras naturais da força, o segundo nas privações encontra a liberdade.

Voltará o sol a brilhar e a vida florescerá de novo, após a tempestade. É lei de equilíbrio. O que importa, sobretudo, é que aprendais a lição. Recordai: que cada um guarde, na profundeza do espírito, com o poder de uma convicção, de uma qualidade adquirida, o fruto de tantas provações. E que a nova floração da vida não irrompa numa algazarra louca de carne satisfeita, numa orgia de matéria triunfante.

O escopo da guerra e o conteúdo da vitória não se acham no triunfo material, mas num triunfo no espírito, numa nova civilização.

Ai de vós, se não houverdes aprendido a dura lição e não mudardes de roteiro. Se, em vez de subirdes pelos caminhos do espírito, voltardes a palmilhar as velhas estradas, haveis de recair sob as mesmas dolorosas conseqüências, cada vez mais graves.

Minha voz é universal e se desvia das dissensões humanas. Tem as vezes, no entanto, necessidade de descer. Diz-se, então com escândalo: Deus é parcial. Mas existe uma balança, um reflexo de justiça, uma ordem também na História e nela devem atuar. A imparcialidade absoluta seria indiferença e ausência de Deus. A justiça e a ordem, que são os princípios do ser, devem descer também á Terra e aí operar, pesando sobre o mal e vencendo-o, no choque das forças.

De outro modo, Deus estaria somente no céu, e não presente e ativo também no mundo, entre vós, no meio de vossas lutas. Estas são guiadas por Ele, a afim de que não se reduzam a absoluta destruição e caos, mas sejam instrumento de construção e de bem. Ele os guia para que as provas e as dores do mundo redundem no fruto que é a ascensão de espírito, objetivo de vida.

Deixo-vos, por isso, para conforto dos justos, estas verdades: o vosso esforço, mesmo que não possa ser senão individual e isolado, quando é puro e sincero e se dirige ao supremo escopo da elevação espiritual, também se encontra na trajetória da vida. E, por isso, protegido e encorajado, porque essa é a trajetória ordenada pela lei de Deus. Por essa mesma lei, segundo a qual o universo está construído e que lhe regula o funcionamento orgânico, as forças do mal, embora todas as dificuldades e resistências, jamais poderão prevalecer sobre as forças do bem.

É fatal, pois, o triunfo final do espírito e no espírito vencerá. Essa vitória vale a imensa dor que é seu preço.

Amplamente já está sendo executado o plano divino da vida.

 Grandes Mensagens
Repassando...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os satélites

120
CAPÍTULO VI
Os satélites
24. - Antes que as massas planetárias houvessem atingido um grau de
resfriamento bastante a lhes operar o solidificação, massas menores,
verdadeiros glóbulos líquidos, se desprenderam de algumas no plano equatorial,
plano em que é maior a força centrífuga, e, por efeito das mesmas leis,
adquiriram um movimento de translação em torno do planeta que as gerou,
como sucedeu a estes com relação ao astro central que lhes deu origem.
Foi assim que a Terra deu nascimento à Lua, cuja massa, menos
considerável, teve que sofrer um resfriamento mais rápido. Ora, as leis e as
forças que presidiram ao fato de ela se destacar do equador terreno, e o seu
movimento de translação no mesmo plano, agiram de tal sorte que esse mundo,
em vez de revestir a forma esferoidal, tomou a de um globo ovóide, isto é, a
forma alongada de um ovo, com o centro de gravidade fixado na parte inferior.
25. - As condições em que se efetuou a desagregação da Lua pouco lhe
permitiram afastar-se da Terra e a constrangeram a conservar-se
perpetuamente suspensa no seu firmamento, como uma figura ovóide cujas
partes mais pesadas formaram a face inferior voltada para a Terra e cujas
partes menos densas lhe constituíram o vértice, se com essa palavra se
designar a face que, do lado oposto à Terra, se eleva para o céu. É o que faz
que esse astro nos apresente sempre a mesma face. Para melhor
compreender-se o seu estado geológico, pode ele ser comparado a um globo de
cortiça, tendo formada de chumbo a face voltada para a Terra.
Daí, duas naturezas essencialmente distintas na superfície do mundo
lunar: uma, sem qualquer analogia com o nosso, porquanto lhe são
desconhecidos os corpos fluidos e etéreos; a outra, leve, relativamente à Terra,
pois que todas as substâncias menos densas se encaminharam para esse
hemisfério. A primeira, perpetuamente voltada para a Terra, sem águas e sem
atmosfera, a não
121
OS SATÉLlTES
ser, aqui e ali, nos limites desse hemisfério subterrestre; a outra, rica de fluidos,
perpetuamente oposta ao nosso mundo. (1)
26. - O número e o estado dos satélites de cada planeta têm variado de
acordo com as condições especiais em que eles se formaram. Alguns não
deram origem a nenhum astro secundário, como se verifica com Mercúrio,
Vênus e Marte (2), ao passo que outros, como a Terra, Júpiter, Saturno, etc.,
formaram um ou vários desses astros secundários.
27. - Além de seus satélites ou luas, o planeta Saturno apresenta o
fenômeno especial do anel que, visto de longe, parece cercá-lo de uma como
auréola branca. Esse anel é, com efeito, o resultado de uma separação
__________
(1) Esta teoria da Lua, nova inteiramente, explica, pela lei da gravitação, o motivo por que
esse astro apresenta sempre a mesma face para a Terra. Tendo o centro de gravidade num dos
pontos de sua superfície, em vez de estar no centro da esfera, e sendo, em conseqüência,
atraído para a Terra por uma força maior do que a que atrai as partes mais leves, a Lua pode ser
tida como uma dessas figuras chamadas vulgarmente
constantemente sobre a sua base, ao passo que os planetas, cujo centro de gravidade está a
distâncias iguais da superfície, giram regularmente sobre o próprio eixo. Os fluidos vivificantes,
gasosos ou líquidos, por virtude da sua leveza especifica, se encontrariam acumulados no
hemisfério superior, perenemente oposto à Terra. O hemisfério inferior, o único que vemos, seria
desprovido de tais fluidos e, por isso, impróprio à vida que, entretanto, reinaria no outro. Se, pois,
o hemisfério superior é habitado, seus habitantes jamais viram a Terra, a menos que
excursionem pelo outro, o que lhes seria impossível, desde que este carece das condições
indispensáveis à vitalidade.
Por muito racional e científica que seja essa teoria, como ainda não foi confirmada por
nenhuma observação direta, somente a título de hipótese pode ser aceita e como idéia capaz de
servir de baliza à Ciência. Não se pode, porém, deixar de convir em que é a única, até ao
presente, que dá uma explicação satisfatória das particularidades que apresenta o globo lunar.
(Vide nota especial à pág. 139.)
(2)
Deimos.
João-paulino, que se levantamNota da Editora: Em 1877, foram descobertos dois satélites de Marte: Fobos e
122
CAPÍTULO VI
que se operou no equador de Saturno, ainda nos tempos primitivos, do mesmo
modo que uma zona equatorial se escapou da Terra para formar o seu satélite.
A diferença consiste em que o anel de Saturno se formou, em todas as suas
partes, de moléculas homogêneas, provavelmente já em certo estado de
condensação, e pode, dessa maneira, continuar o seu movimento de rotação no
mesmo sentido e em tempo quase igual ao do que anima o planeta. Se um dos
pontos desse anel houvesse ficado mais denso do que outro, uma ou muitas
aglomerações de substância se teriam subitamente operado e Saturno contaria
muitos satélites a mais. Desde a época da sua formação, esse anel se
solidificou, do mesmo modo que os outros corpos planetários.


A GÊNESE
OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES
SEGUNDO O ESPIRITISMO
POR

A L L A N K A R D E C
(Autor de "O Livro dos Espíritos")


A Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo
e concordante dos Espíritos.
A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo
com as leis da Natureza.
Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade
das suas leis e não pela ab-rogação delas.
Para Deus, o passado e o futuro são o presente.


FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
DEPARTAMENTO EDITORIAL
Rua Souza Valente, 17
20941-040 - Rio - RJ - Brasil