quinta-feira, 26 de abril de 2012

A multiplicação dos pães


Na Gênese de Alan Kardec item; 48 cap. XV Editora I. D. E.

A multiplicação dos pães é um dos milagres que mais tem intrigado os comentaristas, ao mesmo tempo em que entreteve a verve dos incrédulos. Sem se darem ao trabalho de sondarem seu sentido ALEGÓRICO, estes últimos nisso não viram senão um
conto pueril, mas a maioria das pessoas sérias viu, neste relato, embora sob
uma forma diferente da forma comum, uma parábola comparando o alimento da alma
ao alimento do corpo. Pode-se ai ver, entretanto, mais do que uma figura, e
admitir, sob certo ponto de vista, a realidade de um fato material, sem para
isso recorrer ao prodígio. Sabe-se que uma grande preocupação de espírito, a
atenção firme dada a uma coisa, fazem esquecer a fome. Ora, aqueles que seguiam
a Jesus eram pessoas ávidas de ouvi-lo, não há, pois, nada de espantoso que,
fascinados pela sua palavra e talvez também pela poderosa ação magnética que
exercia sobre eles, não hajam sentido a necessidade material de comer.

Jesus, que previa esse resultado, pôde, pois, tranqüilizar seus discípulos dizendo, na linguagem figurada que era habitual, admitindo-se que se haja realmente levado alguns pães,
que esses pães bastariam para saciar a multidão. Ao mesmo tempo dava a estes
uma lição... Daí vós mesmos de comer, dizia ele, ensinava-lhes, por aí, que
poderiam alimentar pela palavra...

Assim ao lado do sentido alegórico-moral, pôde se produzir um efeito fisiológico natural muito comum. O prodígio, neste caso, está no ascendente da palavra de Jesus, bastante poderosa para cativar a
atenção de uma multidão imensa, ao ponto de fazê-la esquecer de comer, Essa
força moral testemunha a superioridade de Jesus, bem mais do que o fato
puramente material da multiplicação dos pães, que deve ser considerado como uma
alegoria...

Estas explicações, aliás, se encontra confirmada pelo próprio Jesus nas passagens seguintes... Muita paz a todos (as) principalmente aqueles espíritas que procura na Doutrina a verdade
da Codificação...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Justiça e progresso

 

 

VI
Justiça e progresso

    A lei superior do universo é o progresso incessante, a ascensão dos seres para Deus, foco das perfeições. Das profundezas do abismo da vida, por uma rota infinita e uma evolução constante, nos aproximamos d’Ele. No fundo de cada alma está depositado o germe de todas as faculdades, de todos os poderes cabendo a ela fazê-los eclodir por seus esforços e seus trabalhos. Visto sob este aspecto, nosso avanço e felicidade futura, são obra nossa. A Graça não tem mais razão de ser. A justiça se irradia sobre o mundo porque, se todos tivermos lutado e sofrido, todos seremos salvos.
    Da mesma forma, revela-se aqui em toda sua grandeza a função da dor e sua utilidade para o avanço dos seres. Cada globo, girando no espaço, é vasta oficina onde incessantemente trabalha a substância espiritual. Assim como o mineral grosseiro, quando sob a ação do fogo e da água, transforma-se pouco a pouco em metal puro, também a alma humana, sob os pesados martelos da dor se transforma e fortifica. É por meio das provas que se temperam os grandes caracteres. A dor é a purificação suprema, a fornalha onde se fundem todos os elementos impuros que nos mancham: o orgulho, o egoísmo e a indiferença. É a única escola onde se refinam as sensações, onde se aprende a piedade e a resignação estóica. Os gozos sensuais, ligando-nos à matéria, retardam nossa elevação, enquanto que o sacrifício e a abnegação, nos libertam por antecipação dessa espessa ganga, nos preparam para novas etapas, para uma ascensão mais alta. A alma, purificada, santificada pelas provas, vê cessar as encarnações dolorosas. Deixa para sempre os globos materiais e eleva-se sobre a escala magnífica dos mundos felizes. Percorre o campo sem limites dos espaços e das idades. A cada passo adiante, vê seus horizontes se alargarem e sua esfera de ação crescer; percebe mais e mais distintamente a grande harmonia das leis e das coisas, delas participando de uma maneira mais estreita, mais efetiva. Então o tempo se eclipsa, os séculos se escoam como horas. Unida às suas irmãs, companheiras da eterna viagem, prossegue sua ascensão intelectual e moral no seio de uma luz sempre grandiosa.
    De nossas observações e pesquisas se destaca, assim, uma grande lei: a pluralidade das existências da alma. Já tínhamos vivido antes do nascimento e reviveremos após a morte. Esta lei dá a chave desses problemas, até aqui insolúveis. Por si só, explica a desigualdade das condições, a variedade infinita das aptidões e dos caracteres. Temos conhecido ou conheceremos sucessivamente todas as fases da vida social e percorreremos todos os seus meios. No passado, éramos como os selvagens que povoavam os continentes atrasados; no porvir, poderemos nos elevar à altura dos gênios imortais, dos espíritos gigantes que, semelhantes a faróis luminosos, aclaram a marcha da humanidade. A história deles é nossa história e, dela participantes, percorremos os seus árduos caminhos, suportamos as evoluções seculares relatadas nos anais das nações. Tempo e trabalho: eis os elementos de nosso progresso.
    Esta lei da reencarnação mostra, de maneira evidente, a soberana justiça que reina sobre todos os seres. A cada vez forjamos e quebramos nossos próprios grilhões. As provas assustadoras que alguns entre nós sofrem são, em geral, conseqüência de nossa conduta passada. O déspota torna-se escravo; a mulher altiva, vaidosa de sua beleza, retoma em um corpo informe, sofredor; o ocioso torna-se mercenário, curvado sob um serviço ingrato. Aquele que tem feito sofrer sofrerá por sua vez. Inútil procurar o inferno nas regiões desconhecidas ou longínquas, o inferno está em nós, esconde-se nos recessos ignorados da alma culpada, da qual somente a expiação pode fazer cessar as dores. Não há penas eternas. Mas, dirá você, se outras vidas precederam o nascimento, por que delas perdemos a lembrança? Como poderíamos expiar com proveito quando as faltas são esquecidas?
    A lembrança não seria uma pesada bola presa aos nossos pés? Penosamente saídos das idades de furor e de bestialidade, como deve ter sido esse passado de cada um de nós! Através as etapas transpostas, quantas lágrimas vertidas, quanto sangue derramado por nossos atos! Conhecemos o ódio e praticamos a injustiça. Que fardo moral seria esta longa perspectiva de faltas para espíritos ainda débeis e vacilantes!
    E depois, a lembrança de nosso próprio passado não estaria ligada de maneira íntima às lembranças do passado dos outros? Que situação para o culpado, marcado pelo ferro em brasa, por toda a eternidade! Pela mesma razão, os ódios e os erros se perpetuariam, cavando divisões profundas, indeléveis, no seio desta humanidade já tão dilacerada. Deus fez bem apagando de nossos fracos cérebros a lembrança de um passado terrível. Após haver sorvido a beberagem do esquecimento, renascemos para uma nova vida. Uma educação diferente, uma civilização mais adiantada, faz desvanecer as quimeras que outrora visitaram nosso espírito. Aliviados dessa bagagem bloqueante, avançamos com passos mais rápidos nas vias que nos são abertas.
    Todavia, esse passado não está apagado de tal maneira que não possamos entrever alguns de seus vestígios. Se nos desapegarmos das influências exteriores, descermos ao fundo de nosso ser; se nos analisarmos com cuidado, nossos gostos e aspirações, descobriremos coisas, em nossa existência atual e com a educação recebida, que nada poderia explicar. Partindo daí, chegaremos a reconstituir esse passado, senão em todos os seus detalhes, pelo menos em suas grandes linhas. Quanto às faltas, que implicam numa expiação necessária nesta vida, ainda que apagadas momentaneamente aos nossos olhos, sua causa primeira continua existindo, sempre visível, qual seja, nossas paixões e caracteres impetuosos, que as novas encarnações têm por objetivo domar, dobrar.
    Assim então, se deixamos no limiar da vida as mais perigosas lembranças, levamos ao menos conosco os frutos e as conseqüências dos trabalhos realizados, isto é uma consciência, um julgamento, um caráter tal qual o houvermos talhado. Tudo que nos é inato não é outra coisa senão a herança intelectual e moral que as vidas desvanecidas nos legaram.
    E cada vez que se abrem para nós as portas da morte, quando, liberta do jugo material, nossa alma escapa de sua prisão na carne para reentrar no império dos Espíritos, então seu passado se reconstitui pouco a pouco. Uma após outra, sobre o caminho seguido, revê suas existências, as quedas, os altos, os avanços rápidos. Julga a si mesma, medindo o caminho percorrido. No espetáculo de seus descréditos ou de seus méritos, expostos ante ela, encontra sua punição ou sua recompensa.
    Sendo o propósito da vida o aperfeiçoamento intelectual e moral do ser, que condições, que meios nos conviriam melhor para realizá-lo? O homem pode trabalhar em seu aperfeiçoamento em todas as condições, em todos os meios sociais; entretanto, se sairia bem mais facilmente dentro de certas condições determinadas.
    A riqueza proporciona ao homem meios de estudo poderosos; permite-lhe dar ao seu espírito uma cultura mais desenvolvida e mais perfeita; coloca em suas mãos facilidades maiores para aliviar seus irmãos infelizes, participando por meio de fundações de utilidade pública, visando o melhoramento de seus destinos. Mas são raros os que consideram como um dever trabalhar no alívio da miséria, na instrução e melhoria de seus semelhantes.
    A riqueza, freqüentemente, seca o coração humano; extingue essa chama interior, esse amor ao progresso e às melhorias sociais que anima toda alma generosa; ergue uma barreira entre os poderosos e os humildes; leva a viver em um meio onde não se alcança os deserdados desse mundo e onde, por conseqüência, suas necessidades e males permanecem quase sempre ignorados e desconhecidos.
    A miséria também tem seus pavorosos perigos: a degradação dos caracteres, o desespero, o suicídio. Mas, enquanto a riqueza nos torna indiferentes e egoístas, a pobreza, ao nos aproximar dos humildes, nos faz compartilhar a dor. É preciso ter sofrido, por si mesmo, para apreciar os sofrimentos do outro. Enquanto os poderosos, no seio dos honrados, invejam-se e procuram rivalizar em brilho, os pequenos, aproximados pela necessidade, vivem, por vezes, em tocante confraternização.
    Observem as aves de nossa região durante os meses de inverno, quando o céu está sombrio, quando a terra está coberta de um manto branco de neve; apertados uns contra os outros, na borda de um telhado, aquecem-se mutuamente em silêncio. A necessidade os une. Mas vêm os belos dias, o sol resplandecente, a provisão abundante, e eles chilreiam, perseguem-se, combatem-se, dilaceram-se. Assim é o homem. Doce, afetuoso com seus semelhantes nos dias de tristeza, a posse de bens materiais o torna, muito freqüentemente, esquecido e duro.
    Uma condição modesta convém melhor ao espírito desejoso de progredir, de adquirir as virtudes necessárias à sua ascensão moral. Longe do turbilhão dos prazeres enganadores, aquilatará melhor a vida. Solicitará da matéria o que é necessário à conservação de seu organismo, mas evitará cair nos hábitos perniciosos, tornar-se presa das inumeráveis necessidades fictícias que são os flagelos da humanidade. Será sóbrio e trabalhador, contentando-se com pouco, ligando-se, acima de tudo, aos prazeres da inteligência e às jóias do coração.
    Assim, fortificado contra os assaltos da matéria, o sábio, sob a pura luz da razão, verá resplandecer seu destino. Esclarecido sobre o objetivo da vida e o porquê das coisas, permanecerá firme, resignado diante da dor; saberá fazê-la servir à sua depuração, ao seu adiantamento. Afrontará a prova com coragem, compreendendo ser salutar, que é o choque que rasgará nossas almas, e que é só por esse dilaceramento que poderá ser derramado o fel que está em nós. Se os homens rirem dele, se for vítima da injustiça e da intriga, aprenderá a suportar pacientemente seus males, dirigindo seus pensamentos para nossos irmãos mais velhos: Sócrates bebendo a cicuta, Jesus na cruz, Joana na fogueira. Consolar-se-á no pensamento de que os maiores, os mais virtuosos, os mais dignos, sofreram e morreram pela humanidade.
    E quando, enfim, após uma existência bem completada, vier a hora solene, será com calma, sem pesar, que acolherá a morte; a morte, que os homens envolvem com sinistro aparato; a morte, espanto dos poderosos e dos sensuais, e que, para o pensador austero, não é mais que a libertação, a hora da transformação, a porta que se abre para o império luminoso dos Espíritos.
    Esse umbral das regiões supraterrestres, flanquea-lo-á com serenidade. Sua consciência, desapegada das sombras materiais, se vestirá ante ele como um juiz, representante de Deus, perguntando: “Que fez da vida?” E responderá : - “Tenho lutado, sofrido, amado, ensinado o bem, a verdade, a justiça; tenho dado aos meus irmãos o exemplo da retidão, da doçura; tenho socorrido aqueles que sofrem, consolado os que choram. E agora, que O Eterno me julga, eis-me aqui em Suas mãos!”


Léon Denis

O Porquê da Vida

terça-feira, 17 de abril de 2012

Fatalidade e livre- arbítrio







4
FATALIDADE E LIVRE-ARBÍTRIO





                 4
Fatalidade e livre- arbítrio


Antes do regresso à experiência no Plano Físico, nossa alma em prece
roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho de nosso próprio
reajustamento.
Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.
Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou a
derrota em romagens mal vividas...
Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos o ódio, para
tentar a cultura santificante do amor...
Pedimos seja levado de novo aos nossos lábios o cálice das provas em
que fracassamos, esperando exercitar a fé e a resignação, a paciência e o
valor...
E com a intercessão de variados amigos que se transformam em
confiantes avalistas de nossas promessas, obtemos a bênção da volta.
Efetivamente em tais circunstâncias, o esquema de ação surge traçado.
Somos herdeiros do nosso pretérito e, nessa condição, arquitetamos
nossos próprios destinos.
Entretanto, imanizados tem porariamente ao veículo terrestre,
acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.
Instintivamente, tornamos, despreocupados, à caça de vantagens físicas,
de caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de nefasto prazer.
O egoísmo e a vaidade costumam retomar o leme de nosso destino e
abominamos o sofrimento e o trabalho, quais se nos fossem duros algozes,
quando somente com o auxílio deles conseguimos soerguer o coração para a
vitória espiritual a que somos endereçados.
É, por isso, que fatalidade e livre-arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de
nossa jornada planetária.
Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade em variados
momentos de nossa vida.
O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante as
responsabilidades por nós mesmos assumidas no pretérito remoto e próximo;
contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos dos efeitos de nossas próprias
obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora na estrada que o mundo
nos oferece.
Aceitemos os problemas e as inquietações que a Terra nos impõe agora,
atendendo aos nossos próprios desejos, na planificação que ontem
organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos cautela com o modo de nossa
movimentação no campo das próprias tarefas, porque, conforme as nossas
diretrizes de hoje, na preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã paz
ou luta, felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.

NASCER E RENASCER
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL






terça-feira, 10 de abril de 2012

OS DEMÔNIOS E OS ESPÍRITOS IMPUROS






XVII

OS DEMÔNIOS E OS ESPÍRITOS IMPUROS


Na 1.ª, coluna da 3.ª página do São Carlos, diz Monsenhor Seckler:
"O Sr. Cairbar admite a existência dos demônios (Espíritos Impuros). Estes Espíritos existem por si mesmos ou foram criados por Deus?"
Pode haver criatura sem Criador? Ou s. r. ignorará o que quer dizer a palavra impuro?
Quantas vezes quer s. r. que lhe digamos que Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, e a todos deu os meios, de perfeição, como também o livre-arbítrio - afim de terem o mérito e demérito das suas obras
Quando se diz Espíritos puros ou purificados, que e a mesma coisa - designam-se todos os Espíritos que pelo seu trabalho, pelos seus esforços - pela sabedoria e amor que lhes dão a pureza necessária para se aproximarem de Deus, realizaram os deveres que lhes foram confiados, concorrendo para a evolução da verdade nas consciências - ou consciência da Verdade, e assim trabalharam pelo seu progresso e o de todos seus irmãos.
Todos têm o mesmo principio, todos chegarão ao mesmo fim, "porque o Pai reparte igualmente as graças com todos os seus filhos", "Deus não quer a condenação do ímpio, mas sim que ele se converta e se salve".
Estes Espíritos impuros - o são por serem ignorantes, mas quando eles, pelos seus esforços, se tornarem sábios e amorosos, serão puros, porque se aperfeiçoarão no cadinho do estudo, da meditação, da observação, do trabalho e pela prática constante do bem, que lhes dará a verdadeira pureza de coração.
Deus poderia, sem dúvida, criar os Espíritos puros e perfeitos, mas não quis assim, para que eles tivessem o mérito de suas obras. E é esta a razão de haver o livre-arbítrio, que nós sustentamos ser atributo do homem, e também a Igreja não o nega.
Qual é o mérito de Paulo, de Pedro e dos apóstolos; de Agostinho, de Vicente de Paulo, de Antonio de Pádua, se não o de terem se esforçado, trabalhando para o progresso dos seus próprios Espíritos? Que valor teriam Lammenais, Orígenes e até o próprio Cristo se não fossem as portentosas obras que realizaram na Terra, iluminando a nossa razão e tocando os nossos corações com os raios benéficos da Luz que souberam guardar em suas almas?
O ignorante de hoje será o sábio de amanhã - como o impuro de ontem é o puro de hoje.
O Reino de Deus não está dividido e não será dividido em Reino do Bem e Reino do Mal, porque neste caso haveria dois deuses: o do Bem e o do Mal; aquele de que Deus seria o Senhor, e este de que Satanás o Senhor seria.
Se Deus que é o Senhor e o Criador de todas as coisas tivesse o seu reino dividido, como diz o clero, o que resultaria? O Reino de Deus não poderia subsistir, porque como diz o Divino Mestre "todo reino dividido contra si mesmo não poderá subsistir".
Compreendeu, o reverendo, o que queremos dizer?
O Pai está sempre pronto para receber o filho pródigo e perdoá-lo, desde que ele se arrependa e dê frutos de arrependimento - que nutra coisa não são que a reparação das faltas.
Para Deus não há espaço nem tempo, tudo é presente para o Criador - e o Supremo não escolhe lugar, nem dia, nem hora para conceder a sua misericórdia àqueles que sabem implorá-la.
A misericórdia do Altíssimo é infinita, e foi assim pensando que Paulo, doutrinando os Coríntios, em sua l.ª Epístola, XV, 19 disse: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens!"
Quererá, porventura, s. r. equiparar os Espíritos impuros do Evangelho com o Satanás do Catolicismo, que, segundo o ortodoxismo, foi criado puro e perfeito, e tornou-se, contra os planos divinos, Impuros e imperfeitos - condenado eternamente ao erro, com os Espíritos impuros que usando mal o seu livre arbítrio entregam-se ao crime e às devassidões, mas que se arrependerão pela lei do progresso universal e serão um dia anjos e santos, como santos e anjos são aqueles que nas transmitem a Palavra de Deus?
Que méritos têm esses anjos inventados pelo catolicismo, os quais, para voarem precisam de asas como os passarinhos, se Deus já os criou puros, perfeitos e os adornou de virtudes naturais, sobrenaturais, e, quem sabe, também preternaturais?


Cairbar Schutel

O Diabo e a Igreja

 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ajude Sempre

12
Ajude Sempre
Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume.
*
Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.
*
No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme
os calhaus em obras úteis.
*
Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa,
com o silêncio.
*
Não adote a incerteza perante as situações difíceis. Enfrenteas
com a consciência limpa. Debalde censurará você o espinheiro.
Remova-o com bondade.
*
Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.
*
Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar
um poço sob a areia escaldante. Não é vantagem desaprovar onde
todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.
*
Francisco Cândido Xavier - Agenda Cristã - pelo Espírito André Luiz
31
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o
que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do
bem para que o Divino Amor seja glorificado.
Francisco Cândido Xavier - Agenda Cristã - pelo Espírito André Luiz
 Fonte: www.autoresespiritasclassicos.com