segunda-feira, 26 de março de 2012

Magnetismo - Sugestão, Mediunismo




VIII

Magnetismo - Sugestão, Mediunismo


O corpo humano é a melhor pilha magnética que encontramos, quando aperfeiçoado para esse fim: - são os médiuns, nome que já está incluído nos dicionários científicos.
Ser médium não quer dizer ser espírita, porque existe quantidade inumerável de médiuns que não são espíritas.
Médium é o indivíduo dotado de flexibilidade, precisa para transmitir ao mundo exterior as percepções do mundo interior, ou mesmo do mundo exterior, se o agente que o transmite ainda se acha encarnado.
Assim como para a produção da eletricidade no mundo externo precisamos de aparelhos, de instrumentos com pólos combinados,- assim também necessitamos de um instrumento.
Os médiuns são os instrumentos, e a própria ciência materialista, quando trata de demonstrar o hipnotismo, procura um sujet (médium) para suas manifestações. (Vide Hipnotismo, de fajardo).
Mas encaminhemos as curas pelo magnetismo, que é arte ou ciência, como quiserem os que fazem questão de palavra.
Já vimos que fluido não é uma palavra vã, nem quer dizer mistério, mas nomeia os gases, a matéria imponderável, como da que resultam o calor, a lua, a eletricidade, etc.
Mesmer, em 1766, numa tese que publicou «De Planetarum Influxo», sustentou a existência de um fluido sutil, espalhado por toda parte e por cujo meio os corpos celestes influem nos corpos animados. Pouco depois estabeleceu-se em Viena e tentou curar pelo magnetismo mineral, aplicando o ímã ás partes doentes; mas logo observou que bastava a aplicação das mãos ao corpo para produzir o mesmo efeito; proclamou, desde então, um magnetismo animal - e declarou que encontrara o segredo de se apoderar desse fluido, e de restabelecer a saúde acumulando-o no corpo dos doentes.
Em 1874 uma comissão de sábios, na qual figuravam Darcet, Franklin, Bailly e Jussieu, foi encarregada de examinar a nova doutrina.
Jussieu um dos membros da comissão, não partilhou da opinião de seus colegas mas sim da opinião do grande médico alemão, em relatório especial que escreveu.
Afinal, depois de tanta luta, entrou o magnetismo na academia, com o nome trocado: hipnotismo.
Mas, para que bem se conheça, tanto o hipnotismo usual, como o magnetismo é indispensável o estudo do espiritismo. Aqueles, são ramificações deste: são rios que correm para o grande mar espiritual.
 E é por isso que o Doutor Gyel diz que a fisiologia materialista não explica, absolutamente, os fenômenos do hipnotismo.
O estudo acurado do magnetismo e hipnotismo, demonstra patentemente, a realidade, das curas espíritas.
Examinemos um fato narrado pelo Doutor Liebaut, publicado no «Le Ropple», antigo jornal parisiense, redatoriado pelo provecto jornalista Victor Meunier.
«Focachon, farmacêutico em Charmes, iniciou suas experiências de hipnotismo, com o sujet (médium), senhorita Eliza.
Entre outras sessões narramos a em que Focachon, servindo-se de dois pedaços de tela de Albespeyres, colocou uma em cada braço do médium, sugestionando-a para que em um só braço se produzisse a vesicação. O resultado foi surpreendente. Em seguida, projetou o seu pensamento sobre outra parte do braço, e, sem substância alguma vesicante, também produziu a mesma vesicação, que em outra parte do braço fora produzida pela tela Albespeyres.
Essas experiências foram assistidas pelos professores, Boaunis e Bernheim, de Nancy, Lïgeois, Faculdade de Direito; Drs. Boulard e Liebault.
Como explicar esse fato, sem admitir a ação fluido-terapeutica?
Dirão os parladores que o farmacêutico agiu pela sugestão.
Mas, que é a sugestão?
Certamente não é uma palavra vã mas ha de forçosamente designar alguma coisa.
Não seria mais racional, em vez de preferirem palavras que nada explicam pensar que uma camada de matéria fluídica, com a propriedade de tirar a ação do caustico foi projetada pela ação magnética, entre a pele e a tela, para inutilizar esta?
Não seria mais lógico dizer que, ou o espírito do farmacêutico, ou outro, que se utilizou da sua mediunidade, concentrou por exemplo, duas partes de oxigênio com duas de hidrogênio no lugar em que se produziu a outra vesicação, sem ter sido lá aplicado vesicatorio algum?
O grande Aksakof diz, com muita razão: «o magnetismo já criou a psicologia experimental e acabará por fazer compreender os fatos de animismo e espiritismo».
No próximo capitulo, estudaremos a correspondência sobre o magnetismo vital, do ilustre médico Doutor Billot aproveitando os dados que nos fornece o missionário do espiritismo, na França, Dr. Gabriel Delanne.

        Cairbar Schutel

        Histeria e Fenômenos Psíquicos

          As Curas Espíritas

          1911






 

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