quinta-feira, 24 de maio de 2012

Aparições luminosas

 

 

 

Aparições luminosas

Essas manifestações, sendo um tanto fracas, exigem, em geral, que o aposento não esteja iluminado.
Tenho apenas necessidade de lembrar aos meus leitores que, em iguais condições, tomei todas as precauções convenientes para evitar que lançassem mão de óleo fosforado ou outros meios.
Ademais, muitas dessas luzes eram de natureza tal, que não pude chegar a imitá-las por meios artificiais.
Sob as mais rigorosas condições de exame, vi uns corpos sólidos, luminosos por si mesmo, pouco mais ou menos do volume e da forma de um ovo de perua, flutuar, sem ruído, pelo meio do aposento, elevar-se, por momentos, mais alto do que poderia fazer qualquer dos assistentes que se apoiasse sobre a ponta dos pés, e depois descer, vagarosamente, para o soalho.
Esse objeto foi visível durante mais de dez minutos e, antes de desaparecer, bateu três vezes na mesa, com ruído semelhante ao de um corpo duro e sólido.
Durante esse tempo o médium estava prostrado em um canapé e parecia inteiramente insensível.
Vi pontos luminosos saltarem de um e outro lado e repousarem sobre a cabeça de diferentes pessoas; tive resposta a questões que havia formulado, por meio de clarões de luz brilhante, que se produziram diante do meu rosto, em certo número de vezes por mim prefixado.
Vi centelhas arremessarem-se da mesa ao teto e em seguida recaírem sobre a mesa com ruído muito distinguível.
Obtive uma comunicação alfabética por meio de clarões luminosos que se produziam no ar, diante de mim, e no meio dos quais eu passava a mão.
Vi uma nuvem luminosa flutuar em cima de um quadro. Sempre sob as mais rigorosas condições de exame, aconteceu-me mais de uma vez que um corpo sólido, fosforescente, cristalino, fosse posto em minha mão por outra que não pertencia a nenhuma das pessoas presentes.
Em plena luz, vi uma nuvem luminosa pairar sobre um heliotrópio colocado em cima de uma mesa, ao nosso lado, quebrar-lhe um galho e trazê-lo a uma senhora; em algumas ocasiões, percebi uma nuvem semelhante condensar-se sob nossos olhos, tomando uma forma de mão e transportar pequenos objetos. Mas isso pertence antes à classe dos fenômenos que se seguem.

Aparições de mãos, luminosas por
si mesmas, ou visíveis à luz ordinária

Sentem-se muitas vezes contatos de mãos durante as sessões às escuras, ou em condições em que não é possível vê-las. Raramente tenho visto essas mãos.
Não darei aqui exemplos em que os fenômenos são produzidos na escuridão, escolherei porém alguns dos casos numerosos em que vi essas mãos em plena luz.
Pequena mão de muito bela forma elevou-se de uma mesa da sala de jantar e deu-me uma flor; apareceu e depois desapareceu três vezes, o que me convenceu de que essa aparição era tão real quanto a minha própria mão.
Isso se passou à luz, em minha própria sala, estando os pés e as mãos do médium seguros por mim, durante esse tempo.
Em outra ocasião, uma pequena mão e um pequeno braço, iguais aos de uma criança, apareceram agitando-se sobre uma senhora que estava sentada perto de mim.
Depois, a aparição veio a mim, bateu-me no braço, e puxou várias vezes o meu paletó.
Outra vez, um indicador e um polegar foram vistos arrancando as pétalas de uma flor que estava na botoeira do Sr. Home e depositando-as diante de várias pessoas, sentadas perto dele.
Várias vezes, eu mesmo e outras pessoas observamos mão estranha comprimindo as teclas de uma harmônica, ao passo que, no mesmo momento, víamos as mãos do médium, que algumas vezes eram seguras pelas pessoas que se achavam perto dele.
As mãos e os dedos não me pareceram sempre sólidos e de pessoa viva. Algumas vezes, é preciso dizer, ofereciam antes a aparência de nuvem vaporosa, condensada em parte, sob a forma de mão.
Todos os que se achavam presentes não a percebiam igualmente bem. Por exemplo, quando se vê mover uma flor ou qualquer outro pequeno objeto, um dos assistentes notará um vapor luminoso pairar em cima; um outro descobrirá uma mão de aparência nebulosa, enquanto outros apenas verão a flor em movimento.
Vi mais de uma vez, primeiramente, um objeto mover-se, em seguida uma nuvem luminosa que parecia formar-se ao redor dele e, enfim, a nuvem condensar-se, tomar forma e transformar-se em mão, perfeitamente acabada. Nesse momento, todas as pessoas presentes podiam ver essa mão. Nem sempre ela é uma simples forma, pois algumas vezes parece perfeitamente animada e graciosa: os dedos movem-se e a carne parece ser tão humana quanto à de qualquer das pessoas presentes.
No punho e nos braços torna-se vaporosa e perde-se em uma nuvem luminosa.
Ao contato, essas mãos pareceram algumas vezes frias como o gelo e mortas; outras vezes me pareceram quentes e vivas e apertaram a minha mão com a firmeza de um velho amigo.
Retive uma dessas mãos, bem resolvido a não deixá-la escapar. Nenhuma tentativa, nenhum esforço foi feito para fazer-me largar a presa, mas pouco a pouco essa mão pareceu dissolver-se em vapor, e foi assim que ela se libertou da prisão.

Fatos Espíritas

Observados por
William Crookes


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.