Espiritismo e as grandes transições
220.
O século XIX foi, contudo, um período de numerosas conquistas em todos os
campos, e um deles é a extinção do cativeiro. Cumprindo as determinações de
Jesus, seus mensageiros invisíveis laboram junto aos gabinetes administrativos,
de modo a facilitar a vitória da liberdade. As decisões do Congresso de Viena,
reprovando o tráfico de homens livres, encontrara funda repercussão em todos os
países: em 1834 é abolida a escravidão nas colônias britânicas; em 1848 a França
extingue o cativeiro em seus territórios; em 1850 o Brasil suprime o tráfico
negreiro e alguns anos depois a Princesa Isabel assina a Lei Áurea. (PP. 203 e
204)
221.
Grandes ideias florescem na mentalidade de então. Ressurgem as antigas
doutrinas de igualdade absoluta e aparece o socialismo propondo reformas
viscerais e imediatas. (P. 204)
222.
O Espiritismo chegava desse modo, na hora psicológica das grandes
transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o fruto
sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da civilização. (P.
205)
223.
Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar o Cristianismo que a Igreja
deturpara. Com as verdades da reencarnação, explicava o absurdo das teorias
igualitárias absolutas. Enquadrando o socialismo nos postulados cristãos, não
se ilude com as reformas exteriores, para concluir que a única renovação
apreciável é a do homem íntimo, pugnando assim pela intensificação dos
movimentos educativos da criatura, à luz eterna do Evangelho. (P. 206)
224.
Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o seu campo
de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela compreensão
dos laços fraternos que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade
legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as
concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias
extremistas. (P. 206)
225.
Enquanto os utopistas da reforma exterior se entregam à tutela de ditadores
impiedosos, como os da Rússia e da Alemanha, em suas sinistras aventuras revolucionárias,
o Espiritismo prossegue a sua obra educativa junto das classes intelectuais e
das massas anônimas e sofredoras, preparando o mundo de amanhã com as luzes
imorredouras da lição do Cristo. (N.R.:
Quando este livro foi escrito, o mundo estava às vésperas da 2a Guerra
Mundial, iniciada em 1939. Passaram-se desde então 61 anos e eis o resultado: a
Alemanha nazista foi destruída e a União Soviética desapareceu graças às suas
próprias contradições, sem guerras nem agressões externas.) (P. 206)
226.
O século XX surgiu no horizonte do globo, qual arena ampla de lutas
renovadoras. As teorias sociais continuam seu caminho, mas as revelações do
além-túmulo descem às almas, como orvalho imaterial, preludiando a paz e a luz
de uma nova era. (P. 207)
227.
A guerra russo-japonesa e a 1a Guerra Mundial foram pródromos de uma
luta maior, que não vem muito longe, e dentro da qual o planeta alijará todos
os Espíritos rebeldes e galvanizados no crime. (P. 208)
228.
A Terra ver-se-á, então, como aquele mundo da Capela, livre das entidades
endurecidas no mal, porque o homem da radiotelefonia e do transatlântico
precisa de alma e sentimento, a fim de não perverter as sagradas conquistas do
progresso. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do amor e da
fraternidade, sob a égide de Jesus. (P. 208)
229.
Embora compelida a participar das lutas próximas, a América está destinada a
receber o cetro da civilização e da cultura, na orientação dos povos
porvindouros. (N.R.: Os Estados Unidos só
entraram na 2a Guerra Mundial, bem depois de sua eclosão, em virtude da
agressão japonesa.) (PP. 208 e 209)
230.
A corrida armamentista do século XX começou antes da luta de Porto Artur, em
1904. As indústrias bélicas atingem culminâncias imprevistas. A Europa e o
Oriente constituem um campo vasto de agressão e terrorismo, com exceção das
Repúblicas Democráticas, obrigadas a grandes programas de rearmamento em face
do extremismo vigente. Onde estão os valores morais da Humanidade? As igrejas,
por sua vez, estão amordaçadas pelas injunções de ordem econômica e política.
(PP. 209 e 210)
231.
O esforço do Espiritismo, diante desse quadro, parece superior às suas próprias
forças, mas é preciso entender que o mundo não está à disposição dos ditadores.
Jesus é o seu único diretor no plano das realidades imortais. (P. 210)
232.
Os espaços mais próximos da Terra se movimentam a favor do restabelecimento da
verdade e da paz, a caminho de uma nova era. Espíritos abnegados falam de uma
nova reunião da comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual
Jesus é um dos membros. Que resultará desse conclave? Só Deus o sabe. (P. 210)
O
Evangelho e o futuro
233.
Esse modesto escorço da História mostra os laços eternos que ligam todas as
gerações nos surtos evolutivos do planeta. Muitas vezes, o palco foi
modificado, mas os atores são os mesmos, caminhando, em suas lutas
purificadoras, para a perfeição daquele que é a Luz do princípio. (P. 211)
234.
A vinda do Cristo ao planeta assinalou o maior acontecimento para o mundo, mas
a pureza do Cristianismo não conseguiu manter-se intacta, logo que regressaram
ao plano invisível os auxiliares do Senhor. (P. 212)
235.
O assédio das trevas avassalou o coração das criaturas; surgiram a falsidade e
a má-fé; desvirtuaram-se os seus princípios, e a realidade é que a civilização
ocidental não chegou a se cristianizar. Na França temos a guilhotina, a forca
na Inglaterra, o machado na Alemanha e a cadeira elétrica na própria América da
fraternidade e da concórdia. (P. 213)
236.
É chegado, porém, o tempo do reajustamento de todos os valores humanos. Se as
dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos "ais" do
Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico,
conduzindo-as para o bem de toda a Humanidade. (P. 213)
237.
Na sua missão de Consolador enviado pelo Cristo, o Espiritismo é o amparo do
mundo neste século de declives da sua História, e só ele pode, na sua feição de
Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da
força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus
verdadeiros caminhos. (P. 213)
238.
O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado
do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se
incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor. Uma tempestade de
amarguras varrerá, então, toda a Terra. (P. 214)
239.
Vive-se agora, no planeta, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite, mas
ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos,
porque depois da treva surgirá uma nova aurora e luzes consoladoras envolverão
todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. (P. 215)
Conclusão
240.
Na conclusão desta obra, diz Emmanuel que seu objetivo, ao escrevê-la, foi
demonstrar a influência "sagrada do Cristo na organização de todos os
surtos da civilização do planeta, a partir da sua escultura geológica" e
revelar, mais uma vez, "os ascendentes místicos que dominam os centros do
progresso humano, em todos os seus departamentos". (PP. 217 e 218)
Londrina, 19-8-2001
Astolfo O. de Oliveira Filho
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