segunda-feira, 18 de março de 2013

Espiritismo e as grandes transições



 
Espiritismo e as grandes transições
         220. O século XIX foi, contudo, um período de numerosas conquistas em todos os campos, e um deles é a extinção do cativeiro. Cumprindo as determinações de Jesus, seus mensageiros invisíveis laboram junto aos gabinetes administrativos, de modo a facilitar a vitória da liberdade. As decisões do Congresso de Viena, reprovando o tráfico de homens livres, encontrara funda repercussão em todos os países: em 1834 é abolida a escravidão nas colônias britânicas; em 1848 a França extingue o cativeiro em seus territórios; em 1850 o Brasil suprime o tráfico negreiro e alguns anos depois a Princesa Isabel assina a Lei Áurea. (PP. 203 e 204)
         221. Grandes ideias florescem na mentalidade de então. Ressurgem as antigas doutrinas de igualdade absoluta e aparece o socialismo propondo reformas viscerais e imediatas. (P. 204)
         222. O Espiritismo chegava desse modo, na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o fruto sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da civilização. (P. 205)
         223. Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar o Cristianismo que a Igreja deturpara. Com as verdades da reencarnação, explicava o absurdo das teorias igualitárias absolutas. Enquadrando o socialismo nos postulados cristãos, não se ilude com as reformas exteriores, para concluir que a única renovação apreciável é a do homem íntimo, pugnando assim pela intensificação dos movimentos educativos da criatura, à luz eterna do Evangelho. (P. 206)
         224. Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o seu campo de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela compreensão dos laços fraternos que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias extremistas. (P. 206)
         225. Enquanto os utopistas da reforma exterior se entregam à tutela de ditadores impiedosos, como os da Rússia e da Alemanha, em suas sinistras aventuras revolucionárias, o Espiritismo prossegue a sua obra educativa junto das classes intelectuais e das massas anônimas e sofredoras, preparando o mundo de amanhã com as luzes imorredouras da lição do Cristo. (N.R.: Quando este livro foi escrito, o mundo estava às vésperas da 2a Guerra Mundial, iniciada em 1939. Passaram-se desde então 61 anos e eis o resultado: a Alemanha nazista foi destruída e a União Soviética desapareceu graças às suas próprias contradições, sem guerras nem agressões externas.) (P. 206)
         226. O século XX surgiu no horizonte do globo, qual arena ampla de lutas renovadoras. As teorias sociais continuam seu caminho, mas as revelações do além-túmulo descem às almas, como orvalho imaterial, preludiando a paz e a luz de uma nova era. (P. 207)
         227. A guerra russo-japonesa e a 1a Guerra Mundial foram pródromos de uma luta maior, que não vem muito longe, e dentro da qual o planeta alijará todos os Espíritos rebeldes e galvanizados no crime. (P. 208)
         228. A Terra ver-se-á, então, como aquele mundo da Capela, livre das entidades endurecidas no mal, porque o homem da radiotelefonia e do transatlântico precisa de alma e sentimento, a fim de não perverter as sagradas conquistas do progresso. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do amor e da fraternidade, sob a égide de Jesus. (P. 208)
         229. Embora compelida a participar das lutas próximas, a América está destinada a receber o cetro da civilização e da cultura, na orientação dos povos porvindouros. (N.R.: Os Estados Unidos só entraram na 2a Guerra Mundial, bem depois de sua eclosão, em virtude da agressão japonesa.) (PP. 208 e 209)
         230. A corrida armamentista do século XX começou antes da luta de Porto Artur, em 1904. As indústrias bélicas atingem culminâncias imprevistas. A Europa e o Oriente constituem um campo vasto de agressão e terrorismo, com exceção das Repúblicas Democráticas, obrigadas a grandes programas de rearmamento em face do extremismo vigente. Onde estão os valores morais da Humanidade? As igrejas, por sua vez, estão amordaçadas pelas injunções de ordem econômica e política. (PP. 209 e 210)
         231. O esforço do Espiritismo, diante desse quadro, parece superior às suas próprias forças, mas é preciso entender que o mundo não está à disposição dos ditadores. Jesus é o seu único diretor no plano das realidades imortais. (P. 210)
         232. Os espaços mais próximos da Terra se movimentam a favor do restabelecimento da verdade e da paz, a caminho de uma nova era. Espíritos abnegados falam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual Jesus é um dos membros. Que resultará desse conclave? Só Deus o sabe. (P. 210)

         O Evangelho e o futuro
         233. Esse modesto escorço da História mostra os laços eternos que ligam todas as gerações nos surtos evolutivos do planeta. Muitas vezes, o palco foi modificado, mas os atores são os mesmos, caminhando, em suas lutas purificadoras, para a perfeição daquele que é a Luz do princípio. (P. 211)
         234. A vinda do Cristo ao planeta assinalou o maior acontecimento para o mundo, mas a pureza do Cristianismo não conseguiu manter-se intacta, logo que regressaram ao plano invisível os auxiliares do Senhor. (P. 212)
         235. O assédio das trevas avassalou o coração das criaturas; surgiram a falsidade e a má-fé; desvirtuaram-se os seus princípios, e a realidade é que a civilização ocidental não chegou a se cristianizar. Na França temos a guilhotina, a forca na Inglaterra, o machado na Alemanha e a cadeira elétrica na própria América da fraternidade e da concórdia. (P. 213)
         236. É chegado, porém, o tempo do reajustamento de todos os valores humanos. Se as dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos "ais" do Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem de toda a Humanidade. (P. 213)
         237. Na sua missão de Consolador enviado pelo Cristo, o Espiritismo é o amparo do mundo neste século de declives da sua História, e só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. (P. 213)
         238. O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor. Uma tempestade de amarguras varrerá, então, toda a Terra. (P. 214)
         239. Vive-se agora, no planeta, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite, mas ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos, porque depois da treva surgirá uma nova aurora e luzes consoladoras envolverão todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. (P. 215)

         Conclusão
         240. Na conclusão desta obra, diz Emmanuel que seu objetivo, ao escrevê-la, foi demonstrar a influência "sagrada do Cristo na organização de todos os surtos da civilização do planeta, a partir da sua escultura geológica" e revelar, mais uma vez, "os ascendentes místicos que dominam os centros do progresso humano, em todos os seus departamentos". (PP. 217 e 218)

Londrina, 19-8-2001
Astolfo O. de Oliveira Filho
A caminho da luz.doc
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A maior “caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação”: Emmanuel: Chico Xavier...

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