O Banquete dos Publicanos
"E os fariseus, vendo isto, disseram aos
seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e
pecadores?" - (MATEUS, capítulo 9, versículo 11.)
De maneira geral, a comunidade cristã, em seus diversos
setores, ainda não percebeu toda a significação do banquete do Mestre, entre
publicanos e pecadores.
Não só a última ceia com os discípulos mais íntimos se
revestiu de singular importância. Nessa reunião de Jerusalém, ocorrida na
Páscoa, revela-nos Jesus o caráter sublime de suas relações com os amigos de
apostolado. Trata- se de ágape íntimo e familiar, solenizando despedida
afetuosa e divina lição ao mesmo tempo.
No entanto, é necessário recordar que o Mestre atendia a
esse círculo em derradeiro lugar, porqüanto já se havia banqueteado
carinhosamente com os publicanos e pecadores. Partilhava a ceia com os
discípulos, num dia de alta vibração religiosa, mas comungara o júbilo daqueles
que viviam a distância da fé, reunindo-os, generoso, e conferindo-lhes os
mesmos bens nascidos de seu amor.
O banquete dos publicanos tem especial significado na
história do Cristianismo. Demonstra que o Senhor abraça a todos os que desejem
a excelência de sua alimentação espiritual nos trabalhos de sua vinha, e que
não só nas ocasiões de fé permanece presente entre os que o amam; em qualquer
tempo e situação, está pronto a atender as almas que o buscam.
O banquete dos pecadores foi oferecido antes da ceia aos
discípulos. E não nos esqueçamos de que a mesa divina prossegue em sublime
serviço. Resta aos comensais o aproveitamento da concessão.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida.
Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 137.
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Noite inexcedível
Vivia-se o período da supremacia do poder absoluto sobre
as pessoas e as nações.
O ser humano era, de alguma sorte, alimária submetida ao
jugo das paixões dos conquistadores impiedosos e dos regimes perversos.
Os direitos repousavam nos poderes execrandos que não
distinguiam justos de injustos, nobres de serviçais, todos colocados na mesma
lixeira de degradação gerada pelos fâmulos das glórias mentirosas de um dia.
A Terra estorcegava sob as legiões romanas que, embora
tolerassem alguns cultos dos vencidos e as suas tradições, estorquiam ao máximo
todas as possibilidades de sobrevivência, mediante impostos absurdos e
perseguições sem nome.
Esplendia o Império em glórias da literatura, da arte, da
beleza, mas, sobretudo, da guerra.
Espalhadas, praticamente, por quase todo o mundo
conhecido, não havia fronteiras para delimitar o poder de Roma, que se
assenhoreara do planeta através das suas forças poderosas.
Antes desse período, Alexandre Magno, da Macedônia, Ciro,
rei dos persas, Aníbal, o cartaginês e outros sicários dos povos haviam
passado, deixando rastros de destruição e de desgraça, assinalando as suas
conquistas com o pesado tributo das vidas que eram arrebatadas.
O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era
sempre aplicada pelas armas de aniquilamento das vidas.
Israel havia perdido a direção do seu pensamento
vinculado ao Deus único, padecendo as injunções arbitrárias dos seus
governantes insanos, encontrando-se sob o jugo de Herodes, o Grande, que nem
sequer era judeu, mas idumeu. Tentando harmonizar a sua origem com a raça
hebreia, casou-se com Marianne, de origem hasmoniana, filha de nobre sacerdote
do Templo, a quem mandou matar por inconcebível suspeita de adultério, como
fizera com alguns dos seus próprios filhos, temendo que lhe tomassem o poder.
Tentando diminuir os ódios da raça que administrava,
encarregou-se de embelezar o Templo, adornando-o com uma parreira de ouro
maciço numa das laterais de entrada, e continuando a construção grandiosa, que
seria derrubada por Tito, no ano 70 d. C., não ficando pedra sobre pedra.
O seu execrando governo deixou marcas inapagáveis de
imoralidade e de perversão por toda parte, facultando que o povo sofresse todos
os tipos de perseguição e aumentasse a sanha dos ódios entre as diferentes
classes.
A religião descera ao fundo do poço do desrespeito às
leis mosaicas e às tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que
engabelava os frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais
caracterizados pelos formalismos do que, realmente, pelo significado espiritual
que desaparecera quase em totalidade.
Raros, eram os sacerdotes escrupulosos e respeitáveis,
porquanto a imensa maioria se encontrava mancomunada com os governantes em
lamentáveis conciliábulos de exploração da ignorância e da superstição.
*
É nesse clima de hostilidades e no surgimento de uma fase
nova na governança do Império romano, que nasceu Jesus.
Contrastando com as construções luxuosas e as hospedarias
erguidas no fausto e na ostentação, Ele veio ter com a Humanidade numa gruta
modesta de calcário nas cercanias de Belém, numa noite arrebatadora de estrelas
fulgurantes em verdadeira orquestração de luzes.
Ao invés da presença da elite em torno do seu berço e dos
destacados administradores do país, esteve cercado pelos pais e pelos animais
domésticos que dormiam na modesta brecha da Natureza.
O vento frio que soprava no exterior não perturbava o
aquecimento pela fogueira no pequenino espaço em que Ele dormia.
Nada obstante, uma insuperável musicalidade angélica
esparzia as vibrações harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do
Seu Rei e Senhor.
Nunca mais o opróbrio ganharia prêmios nem se destacaria
nas comunidades humanas, porque Ele viera para que os oprimidos experimentassem
o arrebentar das grilhetas, os vencidos pudessem respirar o ar balsâmico da
liberdade, os infelizes tivessem ensejo de cultivar a esperança e os
abandonados recebessem carinho onde quer que se encontrassem.
Jesus foi o Homem que demarcou a História com a Sua
presença, assinalando lhe todos os fastos antes e depois da Sua estada entre
nós.
Mais tarde, atendendo às injunções tradicionais, Seus
pais levaram-no ao Templo, onde foi reconhecido como o Messias e distinguido
por Simeão e Ana que logo O identificaram.
Ainda jovem, retornou ao grande santuário durante as
celebrações da Páscoa, que mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os
astutos sacerdotes num diálogo extraordinário, a todos confundindo com a Sua
palavra excepcional.
(...)E, posteriormente, saiu a ensinar o amor e a vivê-lo
em toda a sua gloriosa dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que,
embora ainda não haja absorvido todos os Seus ensinamentos, caminha,
inexoravelmente, para o clímax após a transição que hoje experimenta.
Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, mas o Amor
mesmo em nome do Pai, alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros,
e da governança, invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade
dos povos.
Sob todos os aspectos considerados, é excepcional o Seu
ministério terrestre e incomparável a Sua dedicação.
Ruiu o Império Romano, outros o sucederam, modificaram-se
as organizações terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses
mesquinhos dos infiéis seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral
de que se reveste, renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade,
como caminhos de autoiluminação e de vida para todas as criaturas.
Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela
noite inexcedível.
Faze silêncio de oração e deixa-te mimetizar pelo
psiquismo do Mestre a quem amas, dedicando a tua existência ao serviço de amor,
nestes tormentosos dias da Humanidade.
Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de
trocas de presentes e de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade,
contribuindo para que a dor seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à
alegria em memória dEle, o Conquistador inconquistado.
Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de setembro de 2011, na Mansão
do Caminho, em Salvador, Bahia. Fonte: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=269.
Repassando...
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