A
moderna psicologia
Foi
justamente quando o espírito de negação e de materialidade triunfava no mundo,
e quando esses dois formidáveis exércitos, sacerdotalismo e cientificismo, se
digladiavam e destruíam, com prejuízo para a coletividade, que as Potências dos
Céus se abalaram e o Espírito de Verdade desceu a Terra, para trazer-nos a nova
luz que deveria iluminar os horizontes da nossa Imortalidade!
Então,
uma nova Ciência ergueu-se para enfrentar a Ciência que nega a Religião; e uma
nova Religião bateu às portas dos templos para pedir, aos seus sacerdotes,
contas das suas negações às provas positivas que a Ciência lhes tem oferecido.
O
velho mundo foi abalado em suas bases e as partes litigantes, avelhantadas, sem
recursos para prosseguirem na sua luta, voltaram suas armas contra quem lhes vinha
propor paz honrosa.
O
Espiritismo foi repudiado, caluniado, injuriado pelos obscurantistas anchos do
saber e do poder humanos; mas a Verdade devia triunfar, pois soara no grande
relógio universal a hora das reivindicações sociais! A cegueira de uns e de
outros não poderia privar o desenvolvimento da vidência latente de tantos: a
VOZ DOS MORTOS fez-se ouvir em todos os cantos da Terra e em pouco mais de meio
século o Espiritismo restaurou o Gênio do Cristianismo, ao menos quanto aos
memoráveis testemunhos da sobrevivência humana.
A
par de tantas descobertas e inovações, que vêm transformando nosso mundo num
paraíso, o Experimentalismo Espírita faz reviver, em todos, a certeza da
Imortalidade, cumprindo assim a previsão do Apóstolo dos Gentios, segundo o
qual "a morte será tragada na vitória dos arautos do Ideal Cristão".
E já
não são mais considerações filosóficas, nem floreios de retórica que vêm
exaltar a Doutrina da Vida, mas, sim, a eloquência dos fatos persistentes que
desafiam todas as minuciosas investigações e se submetem aos mais escrupulosos
exames!
Precedendo
a era nova, que o padrão espírita marcou na senda que a Humanidade tem de
trilhar, o Magnetismo concorreu com fortes contingentes para abalar as
barreiras do Materialismo, tão bem amparadas por Ernest Haeckel nos seus
Enigmas do Universo.
O
magnetismo, com os seus fenômenos de sonambulismo, desdobramento da
personalidade e outros de não menor importância, tem deixado patente aos olhos
de todos os que querem ver, a existência do Espírito, quer se trate do Espírito
humano, quer se trate do Espírito do animal, esse mesmo Espírito independente
do corpo carnal.
A
visão a distancia e no interior dos corpos opacos, os fenômenos de bilocação,
de exteriorização da sensibilidade, sobrepujam todos os templos de barro e
academias de pedras, construídos pela imperfeita mão do homem.
O
Animismo, como o denominou Aksakof, por si só explica e demonstra, com lógica
irrefutável e fatos irrefragáveis, a existência da alma, independente das
forças néuricas e cerebrais, e sua ação volitiva apesar da resistência que a
matéria lhe opõe.
Não há que tergiversar: existimos, e nossa
individualidade mantém-se indestrutível, sem que para isso concorram com um
ceitil o fósforo, as circunvoluções cerebrais, ou a cal da carcaça que abriga
nosso cérebro. A memória ai está para testificar esta verdade!
Hoje
podemos dizer: Ego sun, fui et ero! - Existo, existi e existirei!
CAIRBAR
SCHUTEL
GÊNESE
DA ALMA
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