domingo, 2 de dezembro de 2012

O que se deve entender por pobres de espírito



                            


                                                               Bem – aventurados os pobres de espíritos, pois que deles é o reino dos céus. (S. Mateus)
Na ótica espírita...
Capitulo: VII            
A incredulidade zombou desta máxima: Bem- aventurados os pobres de espíritos, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espíritos Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de Espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmo os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os despreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para a medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreende. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta á ideia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se completa. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gentes simples, tendo por pobres de espíritos os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem forçosos lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. É lá que os olhos se abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade outro que humildemente se lhe submeteu ás leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para a felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entender o mundo, e rico em qualidades morais...
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